Belém Novo

Crônica de uma viagem dentro da cidade, do Centro ao Belém Novo

 Nas várias horas que passei dentro de um ônibus Belém Novo já fiz muita coisa, desde dormir até cola para provas na Ulbra. Dessa vez, indo para trabalhar no Armazém Porto Alegre, pub temático que abri nas escadarias do Viaduto da Borges, saiu isso:

No tempo em que não havia padronização visual na cidade de Porto Alegre e, por isso, cada empresa de ônibus tinha sua “cara”, vemos aqui uma foto provavelmente de 1974, com a empresa Belém Novo, da capital gaúcha, com um veículo da carroceria Nimbus. (Fonte: http://shw.classicalbuses.fotopages.com/21366092/Belm-Novo.html)

Porto Alegre é uma viagem. Mesmo com 240 anos, nela ainda se vê extremos estranhos a uma metrópole. Temos um trânsito com ritmo autogalopante, entre carros, bikes e carroças, passando por gente engravatada trabalhando e tomando chimarrão, feito peão.

Muitos passam diariamente pela grande porteira do Centro Histórico da cidade, o Viaduto Otávio Rocha. Esse baita monumento fez oitenta anos em 2012, um terço da idade da minha cidade natal. Falando nisso, bem que perto do Natal -dezembro é mês de aniversário do viaduto – poderiam iluminar com luzinhas as suas escadarias. E para a festa, chamar o Vitor Ramil, Nei Lisboa, Bebeto Alves e tal, que tocariam num palco lá de cima, na Duque. Tri legal.

Entrando no clima da cidade, temos quem se gripe em meio a variações de noites geladas antecedendo dias de cozimento lento da nossa espécie, ao bafo, quando o pessoal que anda pela Rua da Praia entra nas Americanas, Renner e C&A só para tomar um ar gelado. Sendo num domingo, o jeito é fugir para as praias do extremo sul da capital, hoje novamente balneáveis.

Belém Novo é um desses balneários, distante uma hora e tanto do centro, usando-se a linha 268 que, olha só, sai bem ali do pé do viaduto. Uma viagem de 28 km capaz de transformar o cara urbano num vivente rural, dentro da mesma cidade. Passando pela Sociedade Hípica e pelo Aeroclube, o desembarque ocorre numa das regiões com maior concentração de cavalos crioulos do mundo, me disse um criador de ovelhas de lá. Coisa guasca.

Mas a modernidade está chegando: parece que um dia terá transporte de lotação até Belém, com ar condicionado e tudo; um catamarã do centro ao extremo sul, pelo lago Guaíba; e outra ponte sobre ele, ouvi uma ex-governante dizer na rádio tempos atrás, fazendo um baita atalho do Lami à Barra do Ribeiro. É… mesmo com tantos extremos, nessa cidade querida tudo se liga. Que viagem.

 

Renato Pereira Jr.
Publicitário, morador de Belém Novo e recente dono de bar

Agora, falando sério:
Em breve, após receber as informações solicitadas aos órgãos competentes, notícias sobre as lotações aqui para o bairro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *